segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E se .. ?



Muitas vezes, ao fazer alguma coisa ou me preparar para sair, me pego pensando:
E se não der certo?
 E se eu for àquele evento?
E se, quando chegar lá, as pessoas estiverem mais bem vestidas do que eu? 
E se eu sair só mais uma vez com aquele ex-namorado? E se eu voltar para ele? E se eu não voltar?
 E se estiver largando alguém que poderia ser o grande amor da minha vida?
Tenho enorme dificuldade em tomar decisões. Medo de ser uma decisão errada, e não mais poder mudar de ideia.
Quando se trata de decisões sérias e em relação a meu filho, consigo resolver rapidamente. Mas, na maior parte das vezes, até as escolhas mais bobas me deixam ansiosa.
“Vou ou não vou ao evento hoje à noite? Lá eu poderia encontrar pessoas amigas, conhecer pessoas novas, seria importante para mim...”
Recentemente fiquei remoendo uma dúvida desse tipo o dia todo, e acabei resolvendo não sair. Então fiquei em casa pensando:
“E se tivesse ido? Não seria bom? Perdi uma oportunidade de fazer bons contatos de trabalho? Por que não fui ao evento? Que louca!”
Mas tenho certeza de que não sou louca de verdade, só penso demais e sou um pouco neurótica – como quase todo mundo é...
Fico pensando também:
“E se eu comer isso? Será que vou engordar? Ai meu Deus, a vida já é tão difícil para mim, agora terei que parar de comer também?!”
Algumas pessoas acham que sou bipolar, porque às vezes decido uma coisa e mudo minha decisão. Digo que vou e, logo depois, digo que não vou.
OK, sou ansiosa, neurótica, preocupada, penso muito antes de fazer... Mas isso está longe de ser bipolaridade. Eu apenas tenho medos.
Acho engraçado quando comentam que sou bipolar. Se fosse, seria até mais fácil, porque existe remédio para isso, mas não existe remédio de farmácia para neuroses e confusões mentais.
Algumas vezes acordo com medo e triste. Outros dias, acordo feliz e animada. Quando me sinto segura, fico bem. Quando me sinto sozinha, volto ao meu passado e me desespero.
Sou craque em me punir e me arrasar. Por isso meu psicanalista diz: “Isabella, você não precisa de inimigo. Você já é o seu maior inimigo. Você se cobra muito, não precisa! Já faz muitas coisas para os outros e para si. Não se exija tanto!”
É verdade. Eu me culpo e fico remoendo a dor. Acho que não mudo essa atitude porque, no fundo, não quero. Gosto de ter uma personalidade profunda, pensativa. Gosto dos sentimentos extremos, da alegria à tristeza.
Estou escrevendo isso agora, mas quando fico angustiada é o fim: tenho vontade de sumir. E quando tudo passa, acho bom. Porque na angústia é que surgem os meus melhores pensamentos, ideias e decisões. Angustiada, consigo me conectar comigo mesmo.
E depois fico pensando: “Valeu a pena.” Então pego tudo o que vivi durante a crise de angústia e transformo em material para meu blog e meu livro. Além disso, ponho minhas ideias em prática. Desde as mais simples até as mais importantes: ir finalmente ao banco, comprar aquele sapato, voltar ou não voltar para meu namorado , trabalhar, ler um livro... Faço Pilates, caminhadas, faculdade, estudo, leio, escrevo um novo trecho do meu livro, organizo minha casa, ligo para meus familiares e amigos, digo que estou com saudades e quero vê-los e saio escrevendo meus pensamentos neste blog.
 Saio da bolha e começo a produzir. Eu começo algo com muita empolgação, depois diminui. Sofro e, após o sofrimento, vejo o que vale a pena e o que não vale. E volto a fazer com prazer.
É assim que funciono e tenho que me aceitar como sou. Se mudar o meu jeito de ser, não serei feliz de verdade. Vou tentar fazer o melhor que posso, do jeito que eu sou e com o que tenho.
Talvez eu não seja “normal”. Mas acho que sou melhor do que muitas pessoas que se dizem normais. A propósito: de perto, alguém é normal?
Escrevendo esse texto lembrei-me do Woody Allen, que sempre escreve sobre todas as suas neuroses sem nenhum pudor, e depois as transforma em filmes geniais.
Beijos, Isa.

Chega de guerra



Bom dia, queridos leitores.
Acordei com uma vontade louca de escrever, para variar... rsrsrs
Foram várias semanas pensando, refletindo, sofrendo e, claro, usufruindo de momentos felizes e de paz.
Tive que passar um tempo sozinha, me fechei, fiquei mais em casa, fui buscar novamente dentro de mim o que estava me deixando triste, sem paz, e o que eu precisava para ter paz. Estava há meses nervosa e descontrolada. Que isso? Amor não é para te deixar assim.
Quem, e o que, estava tirando minha paz?
Já sabia o que estava me deixando preocupada e abalada.
Não queria enxergar. No fundo, como já havia falado aqui, a gente sempre sabe.
Às vezes a gente só precisa de um tempo a sós, para se escutar e enxergar melhor.
Não queria enxergar porque o que estava me fazendo mal e atrasando minha vida é uma pessoa muito importante para mim e que eu amo.
Só que, mesmo amando, tive que me afastar. Existem várias formas de amor. E o amor dessa pessoa, infelizmente, não é bom para mim.
O amor dele por mim é doentio. E isso me fez muito mal, paralisou minha vida e me deixou doente como ele.
Queria ficar ao lado de quem amo, mas tenho a consciência de que não estava sendo bom para mim.
Não era um amor saudável, e sim um amor de controle e paranóia. Estávamos vivendo em guerra. Na verdade, devíamos estar unidos e não um contra o outro.
Tive que lutar, ser forte, pensar em mim, no meu filho, na minha carreira, no que eu queria e em quem queria ter ao meu lado. Estou ainda lutando.
Se pudesse mudar alguém, mudaria essa pessoa. Não estou falando de mudar defeitos, pois nós todos temos, estou falando de ajudá-lo a querer mudar, para que ele seja capaz de viver um amor saudável e uma vida melhor.
Tentei inúmeras vezes, mas não deu certo. Ele não quis aceitar que tem problemas sérios e que, para viver em paz, deveria encarar esses fantasmas, fazendo um tratamento e, antes de tudo, admitindo para si mesmo que precisa de ajuda.
Assim como tentei com meu pai, tentei lhe mostrar que ele precisava de ajuda. Mas quando o doente não enxerga, quem tenta ajudar sofre.
Nesse tempo, sozinha, repeti para mim mesma e para meu analista que não podemos convencer alguém a mudar, a ficar mais saudável, se ele não vê, se não quer.
 Seria uma eterna frustração.
Assim como foi com meu pai, não posso repetir o mesmo erro. São problemas diferentes mas não está em minhas mãos resolvê-los.
Por isso, tomei a decisão de optar pela paz e me amar.
Eu preciso de um amor que me dê paz, que seja meu parceiro e não me aprisione.
Passei por tantas coisas nessa vida, que hoje preciso ser feliz, ter tranquilidade, equilíbrio .
Não quero um amor doentio, uma paixão. Quero estabilidade.
Fico triste por ter feitos tantos planos, vivido tantas coisas boas e agora ter que virar a pagina para começar a viver outra história. Não é fácil e dói muito, principalmente porque ainda o amo.
Mas há momentos em nossas vidas em que temos que pôr os pés no chão, usar a razão e ser um pouco egoístas. Pensar em mim agora é o melhor remédio. Lembrar que fiz tudo para ajudar. Dei meu amor, meu coração, tive paciência, tolerância, mas infelizmente não deu certo. Estava sofrendo demais!
Estou escrevendo muito, fazendo atividades físicas, encontrando minhas amigas, minha família, cursando a faculdade, fazendo coisas que me fazem bem e ficando o mais perto possível de quem amo, para esquecer esse amor.
Queria deixar claro que logicamente esse amor não era só ruim se fosse não teria amado e não teria lutado tanto por esse amor. Mas o ciume doentio e a desconfiança dele estragou . Ainda sinto saudades da pessoa que conheci. 
A decisão foi tomada e esse era o passo mais difícil.
Bom dia  para vocês.
Beijos com carinho, Isa.