sábado, 8 de setembro de 2012

Tédio: de onde vem e o que fazer

 Bom dia queridos leitores e amigos,                     
Hoje acordei e fui caminhar. Venho fazendo isso quase todos os dias. Andando pelo calçadão e olhando o mar, 
fiquei pensando:

“Nossa, como a vida é boa! É cheia de possibilidades, de esperanças e de caminhos... Então, por que será que estou aqui batalhando para não me deixar dominar por um tédio arrasador! Por que sentimos tédio, até quando temos tantas coisas para fazer? Talvez porque o tédio esteja dentro de nós e, quando não estamos bem, tudo fica sem graça. É isso?”

A vida hoje é tão cheia de tecnologias e de novidades que mal temos tempo para pensar sobre o que realmente gostaríamos de fazer. Estamos sempre atentos à internet, que pode nos trazer uma informação nova a qualquer momento e não queremos perder tempo. Pouco nos dedicamos a aprofundar nossos pensamentos e a compreender melhor os nossos sentimentos, pois o que mais importa é estar conectado à distância com os amigos, nas redes sociais. Assim, a pessoa vai se acostumando tanto aos contatos virtuais, que perde o contato consigo mesma.

Ao invés de pensar no que fazer, criar momentos interessantes, sair de casa para ver os amigos, inventar programas, hoje nos sentamos em casa, diante do computador e, se deixarmos, isso acaba nos prendendo. Não há movimento físico nem interação real, então surge o tédio.

A rapidez de acessar qualquer coisa, aliada ao isolamento em que ficamos na maior parte do tempo, também está tirando a paciência das pessoas. Ninguém sabe esperar. Ansiosos, a cada segundo queremos novidades. E essa falta de paciência se reflete até nos relacionamentos: todo mundo quer resultados rápidos e, se não der certo com uma pessoa, troca-se rapidamente por outra. Não sabemos mais esperar, porque aparentemente ficou fácil fazer novos contatos. Mas isso é uma grande ilusão.

Não quero ser saudosista, acho que o melhor tempo é o agora, mas confesso que sinto saudades de quando eu usava o telefone para falar com uma amiga ou amigo, ou namorado, e aguardava que me ligassem, e juntos combinávamos algum programa. Precisamos dar valor às pequenas coisas, aos detalhes de cada momento do nosso dia, que muitas vezes nem percebemos. Dou tanto valor quando sento para jantar todas as noites com meu filho para mim é o momento mais importante . Não abro mão por nada.

Ao caminhar no calçadão, por exemplo, vejo que as pessoas raramente estão curtindo aquele momento, porque ficam pensando em mil outras coisas. Preocupam-se com algo que ainda não aconteceu, ou com fatos passados.

Hoje percebi que também estava ficando assim, desconectada do momento presente. E por isso resolvi mudar. Mas para mudar preciso entender um pouco mais.

O que fazer com o tédio quando ele bater?

Olho para o tédio e pergunto: de onde vem esse sentimento?

Por que estou ficando entediada se tenho tantas coisas para fazer?

Por que esse tédio, se tenho bons amigos, família, compromissos, projetos e sonhos de vida?

Se o tédio começa a surgir quando ainda estou em casa, a melhor reação é o movimento: levanto-me sem pensar, calço o tênis, pego o iPod e vou caminhar. Quando chego perto do mar, só então paro e penso:

– Por que aquele tédio, Isabella? O mundo está aí! Olhe quanta coisa para fazer, quanta gente para conhecer!

Não me permito mais sentir tédio. Sei que manter-me ocupada não é uma solução definitiva para vencer o tédio. No meu caso, o tédio chega quando estou parada, mas preciso aprender a ficar parada alguns momentos, para meditar ou simplesmente descansar, e a sentir-me bem assim. Mas por enquanto, para reagir ao tédio, rapidamente procuro fazer alguma coisa que seja útil e que eu goste. Trabalho nos textos do meu livro ou deste blog, estudo matérias da faculdade, leio um livro, procuro uma amiga, tento fazer um programa com meu filho, saio com meu cachorro, vou ao mercado, ligo para a família, vejo televisão, faço ginástica... Não gosto de ficar à toa e isso é de cada um. Tem gente que sente tédio mesmo estando ocupada, pois os afazeres não preenchem um vazio interior, onde mora o tédio.

É importante viver cada momento da melhor maneira possível. Não deixe o tédio tomar conta de você. Faça alguma coisa que lhe dê prazer, ou qualquer tarefa que precise ser feita, por mais simples que seja. Vença o desânimo. Dê valor às pequenas coisas que confortam o coração. E siga em frente, encare desafios. Cultive um sonho de vida.

Ainda tenho muito que aprender. Todos nós temos. Por isso pergunto a você, que me lê neste momento. Qual a sua opinião? Como vencer o tédio, o desânimo ? Vamos pensar juntos?
 Beijos, Isa