sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que faltava


Quando li pela primeira vez essa frase de Clarice Lispector, eu me identifiquei profundamente.
“Estou a um quase passo de admitir que a vida que levo é um pretexto para ofuscar a vida que não gostaria de ter. Vida como desculpa por existir. E o incrível é que eu não dou o passo. Fico tão imóvel que estar parada é o meu maior movimento. O mais violento. E não consigo sair exatamente daquele lugar onde todas as sensações ocorrem, justamente por estar tão grudada em mim é onde mais dói: na pele.
Com ajuda da psicanálise, consegui dar o passo que faltava. E outra frase, da mesma escritora, me confirmou que estava no caminho certo:
“O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.”

Meu blog surgiu com uma vontade enorme de gritar para o mundo que existo. Que posso ajudar, que estou bem. Depois de tudo o que passei, estou aqui, compartilhando experiências com quem vive ou viveu o que vivi. Sem mais sentir-me sozinha nesse barco.
Este blog também surgiu para abrir portas para o livro que eu sempre quis escrever e que agora estou escrevendo. Recebo e-mails de pessoas desesperadas querendo conselhos, carinho, alguma orientação.
 Por muitos anos tentei ajudar e salvar pessoas que não queriam ajuda e que não estava em meu alcance ajudar ou salva los.  Hoje estou podendo ajudar a quem pede ajuda.
Antigamente eu precisava da vida de outro para viver, como quem precisa de ar para respirar. Agora que consigo caminhar com meus próprios pés, escolhendo meu próprio rumo, quero dar o melhor de mim, quero o melhor para mim e para os outros. 
Em breve lançarei meu livro e espero poder ajudar muitos de vocês com minha historia e como consegui superar. Beijos com carinho , Isa

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Hoje sou feliz de verdade



Escrever para este blog (e, agora, para o livro que começa a nascer) me faz pensar mais no que vivi, e chego à 
conclusão de que, apesar dos medos que ainda me afligem, sou uma pessoa forte. 
Ando pensando muito em como consegui sobreviver. Sobrevivi com saúde, atravessando tudo o que passei. Com uma vontade enorme de acertar. Uma enorme vontade de ser feliz. E todos nós somos capazes disso.
Conheço pessoas que têm vergonha de contar até mesmo aos melhores amigos sobre problemas emocionais ou psíquicos que aconteceram em suas famílias. Isso porque elas temem o julgamento dos outros. Não querem que sua imagem seja prejudicada por um problema que fez parte da vida de seu pai e de um de seus irmãos.
Percebo também que a maioria das pessoas não se envergonha de contar sobre doenças físicas que tiveram ou que ainda têm, mas que guardam segredo sobre problemas mentais, como se essa área fosse um tabu, algo vergonhoso, a ser escondido dos outros. Precisamos nos livrar desse preconceito.
Não vou esconder o que passei. Não tenho vergonha! Como reflexo da história familiar, dos problemas que vivemos com meu pai, tive anorexia, bulimia, depressão, pânico, mas hoje estou 95% curada de tudo isso! Luto diariamente contra os meus fantasmas!
Exemplos de superação são como uma luz no final no túnel. Dão forças para quem está lutando, estimulam a continuar confiando na própria capacidade de superar os problemas. Aqui neste espaço conto a minha história, abro meu coração, e no livro farei isso com muito mais profundidade, para ajudar às pessoas que estiverem passando o que passei. Aguardem!
Beijos,  Isa